História

Freguesia da Nossa Senhora da Vila

A Freguesia da Nossa Senhora da Vila, uma das duas freguesias urbanas, tem a sua sede no velhinho edifício da primeira metade do Séc. XVIII, onde outrora funcionou a Almotaçaria e mais tarde o Açougue do Peixe, na Praça Velha hoje Largo Dr. Banha de Andrade. Hoje desenvolve a sua ação na zona urbana, propriamente dita, que inclui o Castelo, o Centro de Saúde, o Abrigo dos Velhos Trabalhadores, os Equipamentos Sociais da Santa Casa da Misericórdia, o Centro Cultural do Convento de São Domingos, as Piscinas Públicas, o Parque de Mercados e Feiras e a Apormor e outras importantes Instituições de natureza cultural, económica, social, desportiva e recreativa.

A Freguesia ocupa ainda uma vasta área rural, onde se situam as localidades de Reguengo / S. Mateus, Maia, Paião, Pintada, S.ta Sofia, e Adua, onde predomina a produção Agro-Pecuária, de onde sai a já famoso “Borrego de Montemor” e uma boa parte da “Vitela do Montado”, onde se produz Vinho de referência do concelho e da região na Adega da Quinta de S. Jorge, o excelente Azeite de Montemor-o-Novo produzido no moderno lagar da Cooperativa Caminhos do Futuro, Cooperativa esta também uma referência uma referência no concelho no fornecimento dos mais diversos produtos para a agricultura.

O empreendimento Hidroagrícola da Barragem dos Minutos, representou o maior investimento jamais realizado na Freguesia e no concelho, ultrapassando no conjunto com a rede de rega e caminhos os 29,5 milhões de Euros.

A necessidade urgente de garantir o Abastecimento Público de água á cidade de Montemor-o-Novo a partir dos Minutos, continua a ser uma prioridade absoluta que o presente ano de seca está a colocar ainda mais em evidência.

Na totalidade ocupa uma área de 186,73 Km2 com uma população de 5.629 habitantes (censos de 2001), a que corresponde uma densidade populacional de cerca de 30 habitantes por Km2, mas com uma distribuição etária bastante heterogénea com a população das localidades rurais muito mais envelhecida em relação aos habitantes da sede de Concelho e 4676 eleitores (Stape/Maio/2005) . Quando falamos da Freguesia de Nossa Senhora da Vila é bom sublinhar também as duas realidades distintas, a zona urbana da sede do concelho, com uma pequena área mas onde residem a maioria da população (84% dos eleitores, Stape/Maio/2005), e a zona rural, com uma extensa área, com vários aglomerados populacionais mas com muito pouca população (16% dos eleitores, Stape/Maio/2005).

Pelo que o tipo de comércio aqui praticado é bastante diversificado. No meio rural ainda se pratica na maioria dos casos o comércio tradicional, na cidade o comércio tradicional tem vindo a ceder espaço ás médias e grandes superfícies comerciais

A nível de serviços, nota-se na cidade uma maior oferta na qualidade e diversidade disponibilizada á população, geralmente guiados pela relação procura – oferta, o que permite que as assimetrias entre as pequenas e médias cidades tendam cada vez mais a esbaterem-se.

As freguesias urbanas têm algumas características diferentes das rurais, confundindo-se algumas vezes o que são atribuições da Câmara Municipal e o que é a responsabilidade da freguesia, em termos de gestão autárquica.

A freguesia é o primeiro patamar a nível autárquico, onde a proximidade cidadão/autarquia é mais genuína, que tem o máximo da sua expressão junto das populações rurais, na resolução dos seus mais elementares problemas do dia a dia. A raiz histórica das Freguesias está diretamente ligada à paróquia, a congregação de fregueses, ou membros da igreja paroquial, daí a sua designação estar ligada á paróquia. Neste caso a Freguesia de Nossa Senhora da Vila tem como origem a paróquia de Santa Maria da Vila da praça ou dos Açougues.

Os habitantes da freguesia relacionam-se mais em termos de vizinhança e proximidade nas localidades rurais que propriamente na malha urbana da sede de Concelho.

Freguesia de Nossa Senhora do Bispo

A História da Freguesia de Nossa Senhora do Bispo, de Montemor-o-Novo, confunde-se, em grande medida, com a desta própria vila, hoje cidade, de que faz parte.

A origem desta Freguesia está na edificação, na parte ocidental da vila muralhada, nas primeiras décadas do século XIV, de uma nova igreja paroquial, a juntar às já existentes. A partir daí a população residente nessa parte da vila ficou-lhe ligada no que se referia ao cumprimento dos seus deveres religiosos e à proteção espiritual que da Igreja Católica esperava.

A designação” do Bispo” deve-se ao facto de o respetivo padroado e rendas pertencerem ao Bispo de Évora, enquanto os da igreja de Santa Maria da Vila estavam entregues ao Cabido da mesma cidade. Entre os séculos XIV e XVI o Bispo possuiu um paço junto à Igreja, com habitação, celeiros para recolha de rendas em géneros e estrebaria.

O cardeal infante D. Afonso, bispo de Évora, mandou reconstruir a Igreja em 1534, datando dessa fase o pórtico manuelino ainda existente nas suas ruínas (motivo escolhido como logótipo identificativo da Freguesia).

A mesma foi ainda objeto de obras de beneficiação no fim do século XVII e no século XVIII, que fizeram dela o mais sumptuoso templo da vila. É tradição que nela foi batizado, em 1495, João Cidade, mais tarde canonizado como São João de Deus pela sua obra em prol dos mais necessitados, fundador de um hospital em Granada, que inspirou a criação da Ordem Hospitaleira de São João de Deus. Esta Freguesia deu o nome à Porta do Bispo, junta à Torre do Anjo e à Rua do Bispo, via que ligava o adro dessa igreja ao centro da vila. Desde muito cedo se constituiu, fora dos muros, um Arrabalde em constante desenvolvimento, devido à sua maior proximidade das estradas que atravessavam o território circundante à maior acessibilidade, abundância de água e espaço mais amplo. Para ele foi a população da cerca transferindo, pouco a pouco, as suas residências, com o consequente abandono da área murada. Naturalmente, as sedes de paróquia da zona intramuros estenderam o seu raio de ação ao Arrabalde, ficando uma parte da população desta, integrada na Freguesia de Nossa Senhora do Bispo.

Durante séculos, embora a maioria dos paroquianos vivesse já fora dos muros, a sede religiosa da Freguesia continuou dentro da cerca. Só em 1843, quando o despovoamento da zona intramuros estava há muito consumado e aproveitando a extinção dos conventos pelo regime liberal, a sede desta paróquia foi transferida para a Igreja do extinto Convento de São João de Deus (Igreja Matriz). Também por essa época e no âmbito das reformas do Liberalismo, foram criadas as Freguesias administrativas, com as respetivas Juntas de Paróquia, cujos limites geográficos se basearam na malha já existentes da divisão paroquial.

Freguesia de Silveiras

Os indícios de presença humana no território da atual Freguesia de Silveiras remontam, pelo menos, ao período Neolítico. Dessa época longínqua ficaram-nos como testemunhos diversos monumentos megalíticos tais como o Cromeleque dos Cuncos, Menir do Courela do Guita, classificado como Monumento Nacional (Decreto nº 735/74, de 21 de Dezembro), Anta da Horta da Rabasqueira, Antas da Sobreira e Recinto do Sideral.

Do período romano subsistiram alguns vestígios, porventura de pequenos casais agrícolas. Existem, ainda, referências a antigas zonas de mineração que remontam, possivelmente, à época romana.

A localidade de Silveiras terá nascido a partir das “Vendas” das Silveiras que se foram desenvolvendo junto à antiga Estrada Real, atual N4, por onde a Corte, sediada em Lisboa, comunicava com todo o Alentejo.

O território de Silveiras pertenceu à freguesia de Cabrela, a qual se estendia por uma área de 314 Km2 mas o seu crescimento demográfico em conjunto com outros condicionalismos geográficos, económicos e administrativos e as justas aspirações das populações em poderem ter um órgão representativo de proximidade, deram origem à sua instituição como freguesia, a 11 de março de 1988.

Atualmente a freguesia tem uma área de108 km² e inclui, no seu território, as extintas freguesias de Santo Aleixo e Safira.

Na antiga freguesia de Santo Aleixo podemos observar as ruinas da igreja homónima que remonta ao primeiro terço do séc. XVI. Na capela-mor de Santo Aleixo ainda restam alguns vestígios do que outrora foi um retábulo com pintura a fresco quinhentista de elevado valor artístico, o qual se divide em três painéis alusivos à vida do Santo Padroeiro.

Da extinta freguesia de Nossa Senhora da Natividade de Safira, que até ao virar da segunda metade do Séc. XX terá tido uma população considerável, subsistem apenas as imponentes ruínas da igreja edificada no séc. XV e ampliada no séc. XVI. Subsiste o casario e a antiga taberna, hoje completamente abandonados, e o cemitério. Safira chegou a ser freguesia condal de 1886 (data em que foi criado o titulo de Visconde de Safira para conferir o grau de nobreza ao latifundiário montemorense Augusto Dâmaso Miguéns da Silva Ramalho Ferreira de Pina Ribeiro de Gomide, elevado a conde em 1906).